quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A REVOLUÇÃO FRANCESA PARTE 9


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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

UM NATAL MAIS INTELIGENTE: DVD PROF. TIAGO MENTA - 62 AULAS, R$ 40,00 (incluso envio por Sedex)

Caros amigos e amigas,
 
já conhecem meu extenso trabalho pela internet, especialmente no canal de vídeo-aulas do youtube
Hoje o canal contabiliza mais de 120 vídeo-aulas, tratando de História Geral, História do Brasil, Sociologia, Filosofia, Antropologia Cultural, Sociologia da Religião. São mais de 140 usuários assinantes, de todo o Brasil, e alguns até de fora do país (como estudantes e universitários de Portugal, Argentina e México).
E a partir de agora, estou disponibilizando a todos vocês o meu primeiro dvd, contendo 62 vídeo-aulas (totalizando cerca de 10 horas de aulas) em formato de arquivo wmv (bons aparelhos de dvd, os mais atuais/que reproduzem arquivos em divix rodam os arquivos sem problema, e qualquer player de vídeo de computador roda sem problema algum).
Este primeiro dvd, incluso envio por Sedex, terá o preço de R$ 40,00.
Para comprar basta você depositar este valor em minha conta corrente:
Tiago de Castro Menta
Bradesco, agência 2416-3, conta corrente 0014752-4
Em seguida envie email confirmando o seu endereço para entrega (para o email tiagodecastromenta@yahoo.com.br).
Em seguida preparo uma cópia do dvd, e após o envio por Sedex eu envio um email confirmando a data de entrega.
 
Grande abraço, prof. Tiago Menta

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O LEÃO CONTADOR DE HISTÓRIAS E O PINGUIM SIBERIANO


Após muitos quilômetros caminhando, o leão contador de histórias enfim chegara ao seu primeiro destino: a gélida Sibéria, em território russo (correspondendo a 58% do território russo, fazendo fronteira com a China, o Cazaquistão e a Mongólia).
Claro que para ali andar, sem acabar morrendo, o corajoso leão havia gasto uma fortuna com roupas de frio, e claro, não dispensava umas garrafinhas de vodca pura (tradicional ali na região).
Na primeira manhã siberiana, nosso leão acordara tarde, bem tarde, como de costume (muitas leoas o criticavam por dormir demais, mas sabe como é, aquele peso todo, aquela comilança de sempre, e logo batia a vontade de dar uma siesta – como chamam os animais hispânicos) e fora até a janela do quarto de hotel onde observara uma concentração de animais em torno de um pingüim.
Curioso, o leão contador de histórias decidira ver o que ali ocorria, mas claro, após o farto e suculento café de manhã – a base de muita carne, afinal eram precisos quilos e quilos de proteína para manter aquela fera em pé.
Ao se aproximar do pingüim, que gritava, gesticulava, ao redor de todos aqueles animais que ali pareciam hipnotizados, o leão decidira dar uma chance para o pequeno animal (coitadinho não voa) dizendo a si mesmo “vou escutar um pouco, vamos ver o que ele tem a dizer”.

“Irmãos e irmãs do reino animal. Estou aqui em missão, em missão espiritual. Trago em minhas mãos a mais pura verdade, a única verdade! Aqui nestas páginas estão escritas as mais sábias e belas palavras, escritas por animais como nós, a milhares de anos, porém todos estavam sob inspiração do “Grande Papai-Desenhista”. Aceitem o Grande Papai-Desenhista como único Senhor, e sejam felizes, senão agora nestas geladas planícies, que seja ao lado do nosso Papai no Zoológico Celestial!”
Os animais aplaudiam emocionados, afinal, quem não sonhava em sair daquele lugar frio, gelado, e cair num Zoológico Celestial, aonde amendoins e imensos bifes caiam de árvores garbosas?
O leão assistia aquilo, atônito. “Chega” (pensou o leão), e postou-se mais próximo ao pingüim, como que para iniciar um inevitável, e sempre necessário, debate.

“Olá pingüim”
“Tu não és daqui, de onde vens estrangeiro?”
“Moro em lugar algum, não pertenço a lugar algum, sou um animal imerso no mundo, na existência.”
“Que existência, esta aqui (e aponta para tudo quanto é lado, questionador)?”
“Sim, por que, o amigo pingüim conhece outra existência senão esta aqui, onde estamos frente a frente?”
“Oras, tu não conheces as glórias do teu senhor Grande Papai-Desenhista? Teu celestial Zoológico, sempre de portas abertas para aqueles que lhe aceitam, que vivem segundo os seus sagrados e corretos princípios?”
“Que princípios? Os deste livro velho, escrito por uma diversidade de animais, em diversas épocas?”
“Não blasfeme contra as sagradas palavras inspiradas por nosso querido e salvador Grande Papai-Desenhista. Podes, ao invés de adentrar ao Zoológico Celestial entrar em lugares terríveis, depois desta vida mentirosa. Não temes a Caverna Escura? Aonde o inimigo, o impiedoso Bode Caído nos tortura para todo o sempre?”
“Peraí, você está brincando. Quer me dizer que há um Bode Caído que conspira contra nós? Que nos deseja o mal, e as piores dores?”
“Sim, e vejo que o nobre leão está tomado pela sedução do Bode Caído. Precisas te libertar imediatamente. Aceite o Grande Papai-Desenhista como teu único senhor!”
“Veja bem, pingüim. De onde venho, me tinham como rei. E depois de tempos percebi que reinar, aqui ou em qualquer lugar, não tem valor algum. Nada mais não animal que ousar reinar sobre os outros. Este seu Grande Papai-Desenhista é um tipo de rei, não é?”
“Sim, ele reina no Zoológico Celestial, próximo aos animais corretos e justos”
“Então ele é uma mentira. Ele não liberta ninguém, ele aprisiona. Os reis aprisionam todos a sua volta, transformando em leis o seu relés prazer. Tu e os outros animais aqui estais aprisionados. Quem necessita libertar-se não sou eu, mas todos vós”
“Blasfemador! Não vês que o Bode Caído domina a tua vida!”
“Pare de falar em fantasias. Não há Bodes do mal ou Papai do bem. Só há o aqui e o agora, o instante, a existência.”
“Vais agoniar nas profundezas da Caverna Escura, junto ao Bode!”
“Pelo visto não tens outros argumentos que este velho e anacrônico livro e tuas fantasias metafísicas”
“Não preciso de argumentos, pois trago comigo a Verdade em minhas mãos. As sagradas Palavras”
“Tu confias em teu Grande Papai-Desenhista?”
“Sim, ele é meu senhor.”
“Então, lhe proponho o seguinte: se tu estás com a verdade, se tu és protegido e ungido de tantas graças por seu Papai como dizes, certamente que tu não só não temerás como também me derrotarás em um combate. Concordas?”
“Ohhhhhhhhhhh”, todos os animais em torno olharam para o pingüim, esperando ver como o seu líder iria agir diante do desafio do infiel, blasfemador, leão.
 “Tudo bem leão. Como é um infiel, tu não sabes, mas há uma história sagrada, aqui neste sagrado livro do qual desdenhas, onde uma formiga fiel vencera um tiranossauro infiel, como tu. Como o Grande Papai-Desenhista esta comigo, vou derrotá-lo e demonstrar a todos aqui como a nossa fé nos recompensa, nos conduz a vitória contra o mal, e como, antes de tudo demonstrar que aquele que crê está entre os vencedores, sempre”
“Certo pingüim.”
“Espere um minuto.” O pingüim abre o livro e entoa, perante os animais, uma espécie de canto em devoção, como que para “Livrá-lo do mal, amén”
“Podemos começar a batalha? Preparado?”
“Sim, infiel”

O leão contador de histórias, humilde, deixou que o pingüim lhe desferisse o primeiro golpe, a fim de ver qual a real força que ele representaria. O leão riu, riu, pois nada, nada sentira, após o golpe desferido pelo pingüim.
“Que estás rindo?”
“Tu queres prosseguir com isso pingüim?”
“Sim, o Grande Papai-Desenhista está comigo, tu vais ceder, tu vais cair, infiel”
O pingüim desfere mais um golpe, e tantos outros, até começar a mostrar cansaço. E o leão, ria. Só ria. Nada sentia.
“Melhor desistir agora pingüim. Tu não reúne mais forças, e olha que eu nem sequer sai do lugar, não lhe encostei um único dedo”
“Tu não vês? Meu senhor é que estas te impedindo de me atacar. Tu não me atacas porque meu Grande Papai-Desenhista estas intervindo por mim, dizendo pouco a pouco a você que nada podes fazer contra mim”
“Pois bem, vou provar agora a você que estás equivocado”
Em seguida o leão, com toda fúria, força, velocidade, estripou o pequeno pingüim em questão de segundos. E como é da natureza de um leão, da voracidade de um leão, ele em seguida comera os restos do pingüim, diante de todos os outros animais que em êxtase gritaram:
“Aleluia Senhor, salve o nosso santo pingüim, mártir dentre os mártires. Que o Zoológico Celestial o receba de braços abertos”

O leão, vendo que a ignorância era total entre aqueles animais, simplesmente desistiu e voltou para seu hotel, onde amanhã sai em direção a outros lugares do mundo.

"Meu Grande Bem" - Roberto Carlos

"Meu Grande Bem" 1964 - Roberto Carlos/álbum É Proibido Fumar



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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Filosofia do Lobisomen

Quando era adolescente já demonstrava o maior interesse pelos filmes de horror, de certa maneira me divertia com todo aquele sangue jorrando na minha televisão, e como eram os idos da década de 80 os que “comandavam geral” eram os filmes dos assassinos em série, como Jason, Freddy, Myers, etc.
Contudo o que mais me chamava à atenção, nestes filmes de horror, não eram os assassinos em série (típico de um mundo onde a violência urbana já demonstrava ser o verdadeiro e real temor de todos os cidadãos modernos), mas, sim aqueles personagens clássicos, que ainda sobreviviam à duras penas na filmografia do terror: os vampiros, os fantasmas, as bruxas, os monstros, e em especial os homens-lobos/Lobisomen/Werewolf.
E são sobre os homens-lobos ou Lobisomens que quero tratar aqui neste ensaio.

Como o nome já indica o Lobisomen é um ser humano capaz de ser tornar um animal, nesta ocasião, em um lobo. O fator que determina esta transformação seria uma espécie de maldição, que é sempre ativada quando a pessoa amaldiçoada está na presença da lua cheia.
Hoje, já adulto e cônscio de tantas coisas, começo a perceber as nuances que sempre me fizeram gostar do personagem Lobisomen. Ele tem elementos filosóficos, sim, e profundos, na essência da construção do personagem.
Um Lobisomen é um ser humano que se torna animal. E daí eu faço a seguinte reflexão: queremos voltar a nossa condição de animalidade? Sim, queremos.
Transformar-se em um lobo é ter a capacidade de voltarmos no tempo, de voltarmos em nossos primórdios, e voltarmos a sentir a nossa existência de maneira mais natural, animalesca e, portanto, próxima da mãe natureza.
Nos meus últimos vídeos lançados no youtube venho apresentando a teoria política do filósofo suíço Jean Jacques Rousseau, que valorizava e muito o chamado estado de natureza dos homens, onde vivíamos em pleno gozo de nossas liberdades naturais (depois destruídas pelo surgimento da propriedade privada e da conseqüente formação da sociedade civil pelas vias do contrato social).
A minha tese é de que o personagem Lobisomen resgata um pouco deste nosso desejo, profundo, de voltar ao nosso estado natural. De recuperação de nossas liberdades naturais.
Vamos fazer um exercício de imaginação: imagine-se diante da lua (elemento distante do homem, luminoso, como que tornado objeto de transcendência e transformação) e eis que de repente suas roupas se rasgam por completo, seus sentidos se aguçam completamente, ganha força, velocidade, um paladar apurado e devastador (com o crescimento exagerado dos dentes caninos), você já não tem mais linguagem, se vê uivando, e com uma sede de liberdade nunca antes sentida (você simplesmente sai pelo campo em busca de satisfação plena, ou como costumo sintetizar, os dois L/2L: Liberdade e Luxúria).
A sensação é ótima!
Tornar-se um lobo é exercer o sonho de abandonar o artificialismo da vida humana (suas roupas rasgadas, o corpo nu em pelos, a perda da linguagem, a ética deixada de lado em favor do puro instinto – rumo a liberdade e luxúria), caindo, de cabeça, em um naturalismo animalesco.
E você, que tal transformar-se em lobo como eu?
Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!





REVOLUÇÃO FRANCESA PARTE 8 - ROUSSEAU

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Surge o Leão Contador de Histórias!

Para os que ainda não sabem está por ai, em cima de nossos muros, miando incessantemente, um dito gato filosófico.
O bichano, ou felino, como queiram, entre lixeiras, brigas na rua, acasalamentos, está entre nós a algum tempo, desfilando elegância, sabedoria.
E logo a notícia se espalhou entre o reino animal.

Sabe-se que a milhares de anos, perto do mar Egeu, haviam moscas filosóficas, que de tão pertubadoras foram condenadas ao suicídio, bebendo um licor que naquelas bandas chamavam de cicuta. Agora gato filosófico, isso é digno de novidade, algo nunca antes visto entre os animais.

Quando a notícia chegou aos ouvidos de outros felinos, tão vaidosos, elegantes, e sábios como o dito gato filosófico, um deles logo se rebelera e disse aos demais "Este gato não pode ficar ai miando sozinho assim! Vou me comprometer a ajudá-lo. Tenho força, tamanho, sabedoria, coragem, e um berro tão forte que creio também ser digno de ser ouvido por todos do nosso imenso reino animal".

Os outros animais não podiam duvidar, afinal como desencorajar um felino daquele tamanho, facilmente com mais de 100 kg de peso, e unhas que poderiam fatiar a todos como manteiga.

"Porém, não é de meu feitio querer competir com o referido gato. Logo, não poderei filosofar como ele. Mas como sabem, pela minha larga experiência nestas selvas, sou daqueles que tem muito a contar, sobre o passado dos povos, sobre as pessoas que por este chão pisaram e deixaram as suas marcas. Serei eu um Contador de Histórias!"

Um tigre, assistindo aquela cena, indagou: "Mas, e nós? Tu vais nos deixar por aqui? Tens que governar as selvas, tens que comandar sobre todos os animais!"
"Eu, não, não. Estou abdicando desta condição, sois todos livres, a partir de agora vos liberto de qualquer tipo de domínio, que não o de si mesmos. Parto agora, e assumirei a minha nova condição, na realidade assumirei agora as minhas próprias escolhas, de ser um Contador de Histórias e não mais um rei entre vós. Inclusive, digo-lhes uma última coisa - que entre nós não mais exista reis, este é meu último e derradeiro comando".

E assim, o contador de histórias partiu ao encontro do dito gato filosófico. Não para competir com ele, nem para matá-lo, mas para juntar-se a ele e uma jornada nobre: iluminar o mundo dos animais, com palavras, mas também com ações.

Segue seu rumo LEÃO CONTADOR DE HISTÓRIAS